Quando assumiu a prefeitura de Itabira, Marco Antônio Lage apresentou uma proposta ao presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, para um planejamento estratégico para uma cidade mineradora sustentável.
A Vale está em Itabira há 80 anos, quando foi criada por decreto do então presidente Getúlio Vargas para explorar a primeira mina aberta do Brasil na cidade mineira.
“Infelizmente, não tem legado. Estamos próximos da exaustão - era em 2031, e a Vale agora vai esticar até 2041 com as novas tecnologias. A gente ganhou um respiro, mas temos que construir a diversificação econômica (em Itabira)”, avalia Lage.
Vertentes
O prefeito de Itabira diz que se não fizerem nada, há o risco do esvaziamento, do empobrecimento, caos social em Itabira.
“É outro desastre da mineração que precisamos evitar”, diz.
Por isso, estão fazendo um planejamento estratégico e definindo ao menos seis novas vertentes econômicas para serem desenvolvidas em Itabira, berço da mineradora Vale.
São elas: a indústria de tecnologia ligada a Unifei de Itabira, polo médico da medicina de alta complexidade, polo universitário, o turismo, o agronegócio focado na agricultura familiar, e um hub logístico aproveitando a Ferrovia Vitoria-Minas que nasce em Itabira.
Arcadis
Para realizar o planejamento em Itabira, Marco Antônio Lage contou que estão com uma consultoria internacional holandesa, a Arcadis, paga pela mineradora Vale.
“Com ela já desenvolvemos 32 projetos para colocar em prática até 2025, esses são os de curto prazo”, contou.
“A Arcadis com o grupo da Prefeitura de Itabira estão preparando o desenvolvimento (dos projetos) e a Vale entendeu que a construção de um case em Itabira é um fator importante de imagem, com a criação de um modelo independente”, avaliou Lage.
Governança
Outra frente de trabalho em Itabira é que já há a discussão da governança para sociedade civil organizada participar do desenvolvimento.
“Para não ficar somente na mão de prefeitura. Para não haver risco de descontinuidade”, explicou o prefeito.
Neste ano, a previsão é de mais de R$ 900 milhões de orçamento total.
“Só de arrecadação de Cfem, pelo menos uns R$ 400 milhões, ou seja, quase metade disso 40% a 45%. E 85% da receita do município hoje vem do minério”, calculou Marco Antônio Lage, que defende a diversificação da economia da cidade.